Fotógrafos documentam Circuito e contribuem com registro da história e memória do evento

Trajetória dos profissionais impactam o evento e reforçam a ideia do entrelace entre a fotografia e toda a cadeia produtiva do cinema

Ana Cecília Oliveira – estudante de Jornalismo com fotos de Adriano Arantos, Bruno Vieira e Kamylla Feitosa

A 14ª edição do Circuito Penedo de Cinema não foi apenas uma ode ao cinema, mas um espaço para o germinar da arte do olhar fotográfico. Os fotógrafos que cobriram o evento desempenharam um papel fundamental, não só como documentaristas visuais de toda a programação, que aconteceu durante sete dias nos três turnos do dia, mas como partes constituintes de toda uma rede que faz o Circuito acontecer.  A trajetória desses profissionais e o impacto do evento em suas carreiras reforçaram a ideia do entrelace entre a fotografia e toda a cadeia produtiva do evento.

A equipe de fotografia deste ano foi formada por três profissionais escolhidos a dedo para integrar a equipe e, para eles, participar dessa cobertura representa mais do que apenas um trabalho: é uma oportunidade de imersão em um ambiente que marca a história de cada um de uma maneira diferente. A relação com o Circuito é de anos e participar de mais uma semana repleta de atividades é um divisor de águas para eles.

A fotógrafa Kamylla Feitosa em atuação no Circuito Penedo de Cinema (Foto: Bruno Vieira)

Kamylla Feitosa é uma das profissionais que trabalham diariamente para tocar o Circuito. Já são cinco edições que atravessaram sua vida como profissional e agora, como mãe de gêmeos, concilia a maternidade com a fotografia. Ela descobriu, inclusive, que estava grávida em uma das edições do Circuito e agora possui uma etapa importante de sua vida atravessada pelo evento.

“Foi muito mágico viver essa experiência enquanto gestante no evento, mesmo grávida continuei fotografando, inclusive fiz um ensaio da atriz Mayana Neiva em um barco no rio, e quem sabia da minha gravidez ficou preocupado com algum imprevisto que poderia acontecer. E agora, mesmo após o nascimento dos meninos, é muito emocionante viver essa experiência, porque a equipe é super empática comigo, e não deixou que isso fosse um empecilho pra mim. É muito enriquecedor fazer parte da equipe, porque quando uma mulher se torna mãe, a gente perde a identidade e a gente esquece um pouco do nosso eu e estar dentro do circuito é lembrar da Kamylla pessoa, da Kamylla fotógrafa profissional. Então, é muito gratificante” disse ela, emocionada.

O Circuito entrou na vida dela que reforçou: “A cada edição, a gente aprende, tem ali uma troca. A cada ano também, com todo o aprendizado que vai sendo executado eu percebo a evolução no meu trabalho. E é muito bom estar aqui, ele [o Circuito] abre portas para o mundo, de certa forma, e a primeira oportunidade começa participando do circuito. A gente tem uma missão a cumprir que é estar sempre registrando tudo que acontece, é muita responsabilidade. A fotografia também faz parte do cinema. Então, ela também conta histórias, é um casamento.”

Com a palavra, o coordenador

Outro fotógrafo, e coordenador da equipe é Adriano Arantos, que foi convidado para vir para o Circuito Penedo a primeira vez com uma exposição fotográfica e não saiu mais do evento, estando há dois anos integrando a equipe de fotografia. Em 2024, retornou para liderar os profissionais que registraram os momentos cruciais para o evento, formando assim uma biblioteca de imagens que virará um grande arsenal para o futuro, e constitui uma memória.

Adriano Arantos, coordenador da equipe de fotografia do Circuito Penedo de Cinema (Foto: Kamylla Feitosa)

“Eu já coordenei outras coisas, mas não na equipe do Circuito, e aí vim abraçado pelos fotógrafos que já faziam parte e estão contemplando novamente o quadro de fotógrafos. E tive apoio da galera. Esse ano só somos três fotógrafos e os desafios aumentam, porém é um desafio bacana e a gente curtiu. Acho que todo mundo se se saiu bem. Acho que também a resposta maior é de quem faz o Circuito, depois de ver como é que a coisa está sendo. E a gente vai ter essa resposta de fato depois, quando as pessoas comentem se gostaram. Mas, a priori, está sendo muito bacana”, contou Arantos.

A fotografia como reflexo da realidade 

Embora a fotografia e o cinema sejam artes distintas, ambas têm uma relação intrínseca e complementar. No Circuito Penedo de Cinema, as imagens capturadas pelos fotógrafos são, muitas vezes, um reflexo do que o público experimenta na tela. O trabalho desses profissionais vai muito além de simplesmente clicar momentos: eles são responsáveis por traduzir visualmente as emoções, as relações entre personagens, a estética do evento e o ambiente que cerca os filmes.

“O Circuito é muito sobre cinema, mas a base do cinema é a fotografia, para você ter um quadro bonito, para passar para o espectador o que você quer você precisa ter um quadro que leve ele para ali. Então a fotografia é a base disso, no final das contas. Cada vez que a gente sai para fotografar aqui, tem algum desafio novo, tem alguma coisa nova que se mostra, aí fotografar o circuito é mais uma oportunidade de vivenciar esse processo de compor quadros”, explicou Adriano Arantos.

Eternizando momentos e criando registros

O último integrante da equipe é Bruno Vieira, que sempre gostou de vir pro Circuito e ao participar do evento não pedia a oportunidade de pedir para compor a equipe de fotografia e assim conseguiu seu lugar em 2023. A partir disso, Bruno começou a registrar as conversas, a emoção, e a energia das plateias, e isso para ele é uma experiência que enriquece sua vida pessoal e profissional.

O fotógrafo Bruno Vieira durante edição de imagens para o site e redes sociais do evento (Foto: Adriano Arantos)

“Uma coisa que eu sempre gostei da fotografia é pegar a espontaneidade e aqui no Circuito é o que eu mais tenho, são as crianças sorrindo, pessoas se emocionando pelo filme, são artistas e diretores se emocionando, falando do filme e assim por diante. Aqui eu conheço mais pessoas, faço mais network e tudo mais. Tudo isso aumenta esse leque de experiências”, diz Bruno.

A importância da fotografia para o evento é servir como um documento cultural e artístico e essas imagens vão além do presente, eternizando momentos significativos na memória coletiva do evento e da cidade. O papel dos fotógrafos não é apenas como um profissional, mas como artistas que, assim como os cineastas, têm o poder de contar histórias e preservar a memória visual do Circuito Penedo de Cinema.

“O nosso trabalho é documentar o momento, tanto fazer aquelas fotos mais do público que está assistindo, as fotos de pessoas importantes da cidade ou da região ou do próprio filme que estão lá, que estão se emocionando, que estão rindo, que estão se divertindo. E aí, essa fotografia é uma fotografia documental. É uma fotografia bem difícil, pois temos que capturar aquele momento específico, mas a gente está lá para registrar vocês, que nem estão vendo a gente, mas depois tudo fica guardado e vocês vão poder ver”, concluiu Bruno Vieira.

Sobre o Circuito

O Circuito Penedo de Cinema foi realizado de 25 de novembro até o domingo, dia 1º, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo governo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS).

Além disso, o evento tem patrocínio do Banco do Nordeste, Ministério da Cultura e governo federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Prefeitura de Penedo, do Sebrae, Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), e apoio da Mistika, Super Connect, Infograf, Partiu Penedo e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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