Em bate-papo no Circuito Penedo, Clélia Bessa, Fabiana Karla e Nathália Costa falam sobre o filme cuja estreia nos cinemas será em março de 2025
Deriky Pereira – jornalista
Em bate-papo, elenco fala sobre o filme cuja estreia nos cinemas será em março de 2025 (Foto: Kamylla Feitosa)
A manhã do sábado (30) começou com um bate-papo especial sobre Câncer com Ascendente em Virgem, longa nacional cuja pré-estreia ocorreu na noite da última sexta (29), no Circuito Penedo de Cinema. Na ocasião, Clélia Bessa, Fabiana Karla e Nathália Costa se reuniram com o público na Casa de Aposentadoria para falar da obra que é baseada em fatos reais contados com muito humor e conscientização.
A trama é baseada na história da produtora Clélia Bessa que criou um blog em 2018 para falar sobre a doença – que é silenciosa, desestrutura famílias e causa diversos tipos de mudança nas vítimas e nas pessoas de seu entorno. “Morrem cerca de 50 mulheres por dia acometidas pela doença e se ela tem um diagnóstico precoce a cura é mais provável. Eu fiz o blog quando senti a necessidade de conversar com as pessoas. Ele fez um relativo sucesso, eu sou produtora de cinema e produtora, quando vê uma boa história, já fica com vontade de filmar”, disse, entre risos.
A atriz Nathália Costa celebrou a química conquistada pelo elenco no set de gravações: “A gente teve uma quimica muito linda no set, tudo fluiu muito bem e funcionou de uma forma muito linda. Com a primeira leitura do roteiro, a gente virou uma família muito rápido, o que ajudou a gente a ter uma conexão muito forte de mãe e filha, neta e avó, foi tudo muito divertido pra mim”, contou.
Ainda segundo Clélia Bessa, essa era uma história que estava aguardando para ser contada. “Os filmes têm vida própria, as vezes você aposta em projetos incríveis que não acontecem, mas nesse projeto a gente está usando humor como ferramenta – que é muito potente – e acho que o filme tem essa trajetória porque essa é uma história que realmente estava esperando para ser contada”, salientou a produtora.
Drama e comédia: dramédia
O filme, dirigido por Rosane Svartman, autora de sucessos como Totalmente Demais (2016), Bom Sucesso (2019) e Vai na Fé (2023), tem Suzana Pires no papel da protagonista Clara. Além de Fabiana Karla que interpreta a vendedora Dircinha e Nathália Costa que faz Alice, filha da protagonista, o elenco conta ainda com Ângelo Paes Leme, Julia Konrad, Carla Cristina Cardoso e Marieta Severo.
“A gente convidou a Suzana Pires pra fazer o filme e a partir daí tudo aconteceu muito rápido. É uma história que realmente estava esperando pra ser contada. Os filmes tem vida própria, as vezes você aposta em projetos incríveis que não acontecem, mas nesse projeto a gente está usando humor como ferramenta – que é muito potente – um gênero que a gente chama de dramedia e acho que o filme tem essa trajetória”, celebrou Clélia Bessa.
A atriz Fabiana Karla, também presente no bate-papo, destacou o contraste da personagem que interpreta – Dircinha tem câncer e sua trama no filme é mais voltada ao drama – em comparação aos papéis no âmbito do humor que ela costuma interpretar. “As pessoas são acostumadas a me ver fazendo comédia e a comédia me deu a oportunidade de ter ferramentas”, apontou.
Clélia Bessa reforçou a fala de Fabiana ao recordar o período de sua quimioterapia, época em que ela conheceu a pessoa que inspirou o surgimento da personagem Dircinha: “O ambiente da ‘quimio’ é um dos mais loucos que eu já passei na vida. Nesse período eu conheci de tudo e tinha uma mulher que eu conheci que era engraçadíssima e foi quem inspirou a personagem da Fabiana. A gente queria trazer ela, que é uma grande atriz que faz comédia e foi reconhecida nesse gênero, mas… Eu acho que foi um dos primeiros papéis dramáticos dela. A gente bota o ator numa caixinha, mas ator é ator, pode fazer de tudo”, salientou.
Enquanto concordava com a produtora, Fabiana Karla destacou ainda que acha mais fácil fazer o drama. “Eu, particularmente, acho mais fácil fazer drama. Primeiro que eu uso a verdade, minha verdade me liberta. Tenho que abrir minhas possibilidades, às vezes a gente se coloca em dúvida, [diz coisas como] não sei se eu dei conta, mas eu me esforcei, entreguei meu melhor. E a gente pega e coloca nossa verdade, ouve a direção… E o texto [do filme] já diz tudo. Um viva a esse filme que vai fazer sucesso”, disse a atriz, arrancando aplausos dos presentes.
Conscientização
Clélia relembrou também um pouco do seu processo quando da descoberta da doença: “Pra ir ao ginecologista, fazer uma consulta de rotina, eu acho que a gente vai sozinha, mas depois… A gente vai aumentando o grau, sabe? Tentando resolver. Foi um processo, mas quando o bicho começou a pegar, aí eu fui trazendo minhas amigas. Eu escolhi quem eu ia levar. Esse processo durou mais ou menos um mês”, contou.
A produtora contou que foi a partir disso que também pensou na outra mensagem do filme: “Mas você vai precisar das pessoas, o filme mostra isso. A mulher sofre mudanças e muitos homens as abandonam por conta disso, é algo como acontece nos presídios femininos. Homens, aprendam melhor, por favor, não abandonem as mulheres”, salientou Clélia Bessa, sendo complementada por Fabiana Karla: “A gente diz que o filme é pras mulheres, mas é um filme para todos. O câncer não é uma sentença, como não foi pra nossas personagens”, refletiu.
Coproduzido pela Globo Filmes e RioFilme, e com distribuição da Downtown Filmes, Câncer com Ascendente em Virgem teve sua première no Rio de Janeiro, exibição em São Paulo na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e agora em Penedo. Segundo Clélia Bessa, o Circuito Penedo de Cinema foi o último festival em que o filme foi exibido, ficando restrito agora ao lançamento oficial nos cinemas, em março de 2025: “A gente recolheu o filme dos festivais e estamos exibindo só aqui. Penedo é uma cidade muito especial para mim, acho essa cidade linda. Mas ele será exibido [nacionalmente] em março que é o mês internacional da mulher. O filme tá tendo uma aderência muito grande”, celebrou a produtora.
Sobre o Circuito
Sobre o Circuito
O Circuito Penedo de Cinema foi realizado de 25 de novembro até o domingo, dia 1º, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo governo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS).
Além disso, o evento tem patrocínio do Banco do Nordeste, Ministério da Cultura e governo federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Prefeitura de Penedo, do Sebrae, Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), e apoio da Mistika, Super Connect, Infograf, Partiu Penedo e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Acompanhe o Circuito também pelas redes sociais, estamos no Instagram e no Facebook.