Filme O Cemitério das Almas Perdidas é destaque na Quarta Macabra do Circuito Penedo

Além do longa dirigido por Rodrigo Aragão, a Quarta Macabra contou ainda com o curta Apóstolos, do diretor Marcos deBrito

Ana Cecília Oliveira – estudante de Jornalismo* com fotos de Adriano Arantos

O diretor Rodrigo Aragão, de O Cemitério das Almas Perdidas, no Circuito Penedo de Cinema

A Quarta Macabra assombrou o 14º Circuito Penedo de Cinema na madrugada de quarta (27) para quinta-feira (28). A ação foi realizada na Praça 12 de Abril e contou com a exibição de dois filmes de terror que arrepiaram o público presente. Um deles foi O Cemitério das Almas Perdidas, dirigido pelo diretor Rodrigo Aragão, que prendeu a atenção do público com sua história de terror e fantasia.

O longa, feito completamente de maneira artesanal, é um sonho do diretor desde 2002 e carrega muitos detalhes especiais, cujas cenas foram produzidas com cenário real composto por maquetes, miniaturas e efeitos especiais. No processo, a produção se tornou uma espécie de filme-escola, já que no estado capixaba, não havia profissionais para as várias áreas envolvidas no processo, logo foi necessário a criação de diversas oficinas movimentando o audiovisual local. O filme foi lançado na época da pandemia, em 2020, e agora ganhou destaque na mostra às margens do famoso rio São Francisco.

“É muito importante que o Brasil tenha esse tipo de filme, porque eu acho que existem muitos fãs de fantasia, e nós estamos muito acostumados a ver produções de fantasia inspiradas em origem de outros países. Então, o folclore brasileiro, as lendas, a cultura, ela é muito incrível e ela ainda é pouco explorada no nosso cinema. Então, o que eu acho que a grande mensagem que fica é a possibilidade do povo se ver na tela, mas não só ver sua história, ver seu imaginário popular” explica Rodrigo Aragão.

O diretor mostrou ainda a importância de estar no circuito e qual a conexão do filme com a cidade: “Eu gosto muito de exibir fora do eixo, eu sou de fora do eixo também, eu sou do Espírito Santo, e para mim o grande presente que o cinema me dá é conhecer lugares incríveis como Penedo, então estou muito feliz de conhecer isso aqui, e estou muito feliz de conhecer as lendas de Penedo que as pessoas sempre me contam, é um filme brasileiro feito para brasileiros”, refletiu.

Sobre o filme

O filme inspirado na colonização violenta do Espírito Santo, estado natal do diretor, tem sua história baseada na tentativa de retratar o passado de nosso país com toques de feitiçaria, vampiros, mortos vivos e todas as coisas que compõem um filme de fantasia.

Filme O Cemitério das Almas Perdidas é destaque na Quarta Macabra do Circuito Penedo

O filme, então, conta a história de um grupo de padres jesuítas que fazem um pacto para chegar ao Brasil colonial com segurança.  Logo após chegarem, massacres misteriosos começam a acontecer, e o acordo se volta contra eles, os padres então são amaldiçoados a viverem nas ruínas de um cemitério pela eternidade. Séculos depois, as assombrações espalham sua maldade em uma pequena cidade do interior.

Apóstolos

Além do longa de Rodrigo Aragão, a Quarta Macabra contou ainda com o curta Apóstolos, do diretor Marcos deBrito, que retornou ao evento quatro anos depois de participar da primeira edição de Quarta Macabra, em 2020.

“Eu inaugurei a Quarta Macabra com o filme Condado Macabro um longa slasher que é meu e o bacana é que caiu a responsabilidade sobre esse filme de ver se a Quarta Macabra ia continuar ou não na programação do festival e naquele ano lotou. Daí, o Sergio Onofre falou pra gente fazer sempre e pra mim é uma honra voltar ao festival pra abrir um filme do Rodrigo Aragão [O Cemitério das Almas Perdidas], o diretor de terror mais proeminente que a gente tem”, celebrou.

Diretores participam de bate-papo com o público na Praça 12 de Abril

No Circuito, Marcos retornou com a exibição do curta Apóstolos, que surgiu a partir de um convite de Ricardo Ghiorzi, diretor catarinense, que tinha o projeto de juntar cineastas proeminentes que faziam terror no Brasil para criar uma antologia.

“No início eram 13 filmes porque era um longa que se chamava 13 Histórias Estranhas. Mas como algumas pessoas não conseguiram terminar os seus filmes a gente reduziu e ficou um longa chamado Histórias Estranhas. Então, cada diretor ganhou um número – eu ganhei o 12 – e a partir disso eu criei uma relação com os 12 apóstolos, por isso o nome do filme. Ele tem 14 minutos, é o último segmento do longa Histórias Estranhas, que tem 80 minutos”, explicou.

Sobre o Circuito

O Circuito Penedo de Cinema será realizado até o domingo, dia 1º, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo governo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS).

Além disso, o evento tem patrocínio do Banco do Nordeste, Ministério da Cultura e governo federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Prefeitura de Penedo, do Sebrae, Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), e apoio da Mistika, Super Connect, Infograf, Partiu Penedo e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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*colaborou Deriky Pereira – jornalista