Oficina sobre Shakespeare no Cinema é finalizada com exercício prático de leitura dramática

Atividade fez parte do Encontro de Cinema Alagoano, que integrou a programação do 14º Circuito Penedo de Cinema

Mauricio Santana, estudante de Jornalismo, com fotos de Adriano Arantos

A manhã da última quinta-feira (28) foi marcada pelo drama das tragédias de William Shakespeare, na conclusão da oficina “A Reinvenção do Humano: Shakespeare no Cinema”. Reunidos no palco do Theatro 7 de Setembro, cerca de 20 entusiastas do escritor britânico realizaram uma leitura dramática do clássico solilóquio “ser ou não ser”. O momento foi coordenado pelo ator Alexandre Barillari, que orgulhosamente se intitula um shakespeariano aficionado.

“Eu me propus a falar de alguém visto como difícil, chato, mas o que vejo aqui é que foi possível acender dentro de cada um, uma centelha de interesse sobre o tema. Quando ouço os relatos finais, de pessoas que foram tocadas, jamais imaginaram acessar um espaço de ideias tão grandes, isso me deixa exultante. Estou absurdamente feliz”, afirmou Barillari, visivelmente empolgado com os momentos finais da oficina.

Alexandre Barillari e Filippo Pitanga durante a oficina Shakespeare no Cinema

Durante o último encontro, comandado por Barillari e o crítico de cinema Filippo Pitanga, a oficina foi voltada à análise das grandes tragédias de Shakespeare, como Macbeth e Hamlet, bem como a exibição de adaptações desses textos para o cinema. Os oficineiros destacaram os longas-metragens A Floresta que se Move, que apresenta uma versão contemporânea dos acontecimentos narrados em Macbeth, e Rei Lear, trazendo no papel principal o ator Anthony Hopkins, que viveu o mesmo personagem em palcos de teatro.

Além das análises, os participantes da Oficina foram desafiados a realizar uma leitura dramática de um trecho de Hamlet, o clássico solilóquio iniciado em ser ou não ser, eis a questão. Divididos em trios, os entusiastas realizaram as leituras em forma de jogral, com Barillari citando verso por verso para que cada um pudesse repetir e dramatizar da forma que considerasse correta. Segundo o ator e oficineiro, nesse momento não haviam maneiras erradas de interpretação, mas interpretações diversas a serem expressadas.

Divididos em trios, os participantes da oficina recitaram trecho de Hamlet, obra de Shakespeare

Para a estudante Yasmin Costa, que estava entre os participantes, os três dias de oficina culminaram na descoberta de um novo grande interesse. A jovem contou que conhecia os trabalhos de Shakespeare apenas pelas representações em filmes e pela leitura do clássico Romeu e Julieta, mas não imaginava que o poeta inglês era referenciado em tantas áreas diferentes, inclusive em uma de suas maiores paixões: a dança.

“Eu saio daqui com esse olhar crítico, de olhar pras obras dele e compreender um pouco de todo esse contexto social que ele representava e representa até hoje de tantas formas. Cada informação trazida, cada reflexão, me fizeram pensar muito mais em como toda a obra de Shakespeare está apresentada de tantas maneiras”, disse Yasmin, afirmando também que pretende ler todas as peças e ver todos os filmes citados durante os encontros.

Os participantes da oficina assistiram a trechos de adaptações de obras de Shakespeare

Ao final da oficina, os participantes compartilharam opiniões sobre o conteúdo, o impacto das informações em suas mentes e até mesmo sobre a forma humanizada que os oficineiros conduziram as atividades. Com lágrimas nos olhos, Alexandre Barillari agradeceu. “Apesar de tudo isso que eu disse anteriormente, eu só vim aqui para falar de uma paixão. Então se essa paixão tocou minimamente o coração de vocês, minha missão está cumprida”, concluiu o ator.

Sobre o Circuito

O Circuito Penedo de Cinema começou na segunda (25) e será realizado até o domingo, dia 1º, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo governo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS).

Além disso, tem patrocínio da Prefeitura de Penedo, do Sebrae, do Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), do Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), do governo federal por meio do Banco do Nordeste e Lei de Incentivo à Cultura e apoio da Mistika, Super Connect, Infograf, Partiu Penedo e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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