Filme retrata os jovens que consolidaram o rock brasileiro e enfrentaram desafios para manter uma rádio na ativa
Larissa Cristovão – estudante de Jornalismo
A Mostra de Longa-metragem Nacional do Circuito Penedo de Cinema exibiu, na noite desta quarta-feira (27), o filme Aumenta Que É Rock’n Roll. Baseado no livro A Onda Maldita, de Luiz Antonio Mello, o longa revive os anos 1980 e conta a história da emblemática Rádio Fluminense FM, também conhecida como Maldita, que teve um papel fundamental na consolidação do rock brasileiro.
Dirigido por Tomás Portella, o filme acompanha a trajetória de Luiz Antônio (Johnny Massaro) e sua equipe de jovens ousados que enfrentaram inúmeros desafios para manter a rádio no ar. Já a trilha sonora é um dos grandes destaques, com clássicos do rock nacional como Você Não Soube Me Amar (Blitz), Geração Coca-Cola (Legião Urbana), Meu Erro (Paralamas do Sucesso) e Aumenta Que Isso Aí É Rock’n Roll (Celso Blues Boy).
Para Laura, a música foi um dos pontos altos da produção: “A trilha foi perfeita, representou muito bem o rock como um todo. Enfatizou os artistas nacionais e reforçou a importância de valorizar a nossa música”, disse a espectadora penedense. A produtora Renata Magalhães, presente na sessão, destacou a relevância cultural do filme e a alegria de participar do Circuito Penedo. “Esse filme é muito especial para mim. Ele começa em 1982 e vai até 1985, no primeiro Rock in Rio, um momento de esperança para o Brasil. É maravilhoso ver Penedo mantendo vivo o cinema brasileiro, exibindo nossos filmes, curtas de estudantes e oficinas. É uma celebração da nossa paixão pelo cinema”, afirmou.
Roda de conversa
Durante a roda de conversa realizada na manhã desta quinta-feira (28), Renata falou mais sobre a origem do projeto e o impacto do filme em sua vida. “Eu queria muito fazer um filme sobre a minha geração. Esse é um mágico da minha geração. A primeira vez que ouvi a Rádio Fluminense, estava indo para Niterói, e tocaram o disco do Pink Floyd inteiro, sem anúncios. Fiquei fascinada e, em 2011, conheci o livro do Luiz Antônio Mello, fundador da rádio. Logo pensei: ‘Essa história precisa ser contada’”, disse ela.
Renata também compartilhou um relato emocionante sobre sua filha Flora, que participou do filme enquanto enfrentava uma batalha contra um câncer no cérebro. “Minha filha interpretou uma personagem que amava festas. Ela estava enfrentando um momento muito difícil, mas mesmo após uma cirurgia delicada, continuou firme. Foi o último trabalho dela, e assistir ao filme hoje é como reviver o presente que ela deixou para mim. É emocionante vê-la lá, tão forte, tão determinada. Isso dá ainda mais significado a esse projeto”, salientou.
O público também compartilhou suas impressões sobre o evento. Janaína, paulista que mora em Penedo há um ano, ressaltou o impacto da produção. “O Circuito Penedo de Cinema traz um pouco de tudo e ajuda a expandir o olhar dos jovens. Este filme foi incrível, principalmente por mostrar como surgiu o Rock in Rio, algo que muitos sonham conhecer, mas não sabem como começou”, disse ela.
Sobre o Circuito
O Circuito Penedo de Cinema será realizado até o domingo, dia 1º, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo governo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS).
Além disso, o evento tem patrocínio do Banco do Nordeste, Ministério da Cultura e governo federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Prefeitura de Penedo, do Sebrae, Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), e apoio da Mistika, Super Connect, Infograf, Partiu Penedo e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
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